quinta-feira, 17 de julho de 2008

Mamãe e Papai

Meu computador bateu as botas, por isso este blog parece aqueles terrenos baldios que tem perto da minha casa.Com todos esses dias fora do mundo virtual e sem perspectiva alguma de quando e como o pc iria voltar, refleti muito sobre as coisas da vida cotidiana.Claro, sem pc, o trabalho bem leve, sem grandes manobras, a minha vida estava um verdadeiro mato sem caninos.Nesse meio tempo em que estive fora, procurei passar mais tempo com os meus pais; sei lá, às vezes eu sinto que eles estão tremendo de medo que a menininha deles se torne mulher.E esse medo só tem aumentado.Sou filha única, mas nunca fui tratada em polpas de aranha; meus pais, por mais errados que estivessem (e eles sabiam disso),sempre me ensinaram que eu não sou o centro do mundo.Mas também acredito, que nós, filhotes, nascemos para ensinar aos nossos pais.Eu ensinei muitas coisas aos meus pais, não levando em conta que eu ensinei minha mãe a jogar video game e ao meu pai gostar de Harry Potter; ensinei que nós não somos o centro do mundo(que ironia do destino),porque quando meu pai queria comprar coisas legais para ele, ele antes tinha que pensar se eu não iria ficar sem fraldas; ensinei a não brigarem por qualquer coisa, porque eu detesto gritaria desnecessária ainda mais quando uma mulher bonita da TV é o motivo da lambança; ensinei-os a passar mais tempo com a família, não brigando, mas se divertindo, quando eu não deixava meu pai ir dormir às 8h da noite, numa sexta-feira; ensinei-os a ser sérios, uma vez que todas as minhas birras não poderiam dar certo, senão eu dominaria o mundo.É um aprendizado mútuo a relação pai-filho;porque tudo que os meus pais acertam, eu os aprovo e copio mais tarde; quando eles erram, eu reprovo e não faço o mesmo de jeito nenhum.Mas é bonito presenciar essas diferenças e pensar que um dia meu filho(a), vai me ensinar o que eu não pude ensinar aos meus pais.Por isso eu agradeço à dona Vera Elisia e ao seu Paulo de Tarso por terem me dado o mais brilhante e sincero presente: A VIDA.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

Depois de ler essa verdadeira obra-prima, eu brado ao meu computador: estrague!

Puxa, me caiu os butiá do bolso aqui. Tu deu uma aula de relações familiares. Quem dera mais pessoas tivessem essa visão madura sobre como ser um bom filho, bem como pudesse ensinar tanto a seus pais.

Fiquei abismado, pois vi que tenho muito a melhorar. Justo eu, que essa semana cogitava ir embora de casa. Justo eu, que me emocionei tanto ano passado, quando minha mãe escreveu uma carta dizendo que, às vezes, parece que ela é que é minha filha.

Sem dúvida, uma volta triunfal. Belíssimo texto. Meus mais sinceros parabéns.

Beijão!