sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Se for a brincadeira de roda...

Houve um tempo, que acreditava em naves espaciais, que acreditava em reinos encantados, acreditava em magia.
Houve um tempo que as preocupações resumiam-se a nada; não havia preocupações a não ser, se fosse ou não chover para poder brincar na rua.
Houve um tempo em que via tudo azul, brincava de andar no cordão da calçada, de tomar chuva, de brincar de corda, video game,boneca,elástico, pega-pega, esconde-esconde.
Houve um tempo que eu era princesa, noutro era plebéia, noutro era uma heroína da lua.
Houve um tempo que amar era mais fácil que brincar de roda, porque a minha inocência era genuína.
Houve um tempo que minha vida era a diversão.
Houve outros tempos...
Houve o tempo que me senti triste por não ter o tênis da moda, por não ser a mais bonita, por ser inteligente e incompreendida.Nesse tempo, me rebelei, virei vilã; ninguém sabe, porque dizem que sempre fui certinha; mas a rebeldia era particular, só minha.
Houve o tempo em que chorava por eles não me olharem, por me achar tão feia e correta, por me odiarem...Idade das Trevas, diria, foi meus 14 anos...
A idade que levei o primeiro pé na bunda de verdade, foi a idade que fiz coisas que hoje não faria, foi a idade da mudança interior; a casca do caranguejo foi se formando ao meu redor.
Os 15 foi a idade do crescimento. Foi quando eu caí e levantei, sacudi a poeira e nem senti dor; foi quando parei com a ilusão, a inocência foi indo embora na marra, foi quando eu voltei a ser criança e entrei na dança da felicidade; foi quando emergi das bobagens que povoavam minha cabeça.
Os 16 foi a continuação do cair, levantar, andar, fazer amigos de longa data, conservar os velhos;
vi que nem tudo era o que parecia ser.
Hoje, aos 17, sou uma criança grande. Cresci, sei sou quase uma mulher, tenho preocupações reais, tenho responsabilidades...
Mas a verdadeira infância não acaba, ela se renova a cada mudança, a cada sorriso, a cada brincadeira.
Hoje quando tenho vontade, ando no cordão da calçada, danço sozinha, acompanhada, canto no chuveiro, falo bobagem o tempo inteiro, e dou risada.
Quando encontrar o cara certo, essa criança aqui vai querer partilhar toda a minha criancisse com ele, para que um dia possamos ter outras crianças.
Ah como é bom ser criança!Sonhar sem ter receio, faz tão bem!

Um comentário:

Unknown disse...

Daqui a 5 anos, quando tu chegar na idade que eu estou hoje, vai perceber que os ciclos continuam iniciando e encerrando, sempre diferentes, sempre novos, sempre e sempre.
Se eu tivesse a maturidade que tu tem quando eu tinha 17 anos, quem sabe hoje já estivesse com a mulher certa, sem precisar me apaixonar por ABBA pra sobreviver em paz. Como diria Rita Lee: "são coisas da vida..."

Beijo!